quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

...: O Cônsul do Racismo :...



Se o Diabo fosse ouvido em OFF sobre os terremotos que devastaram o Haiti ele fatalmente reproduziria de forma siamesa o absurdo discurso de George Antoine, cônsul geral do Haiti no Brasil.

Cada palavra captada por aquele sutil microfone de lapela, ligado minutos antes da entrevista do cônsul para uma emissora de tv, chafurdou no mais baixo preconceito e exprimiu a exata proporção da iniqüidade.

Caso não estivessem sob as definições da gramática normativa, as frases a seguir, ditas por George Antoine, abandonariam a classe de orações (pelo fato de conterem verbos), para a classe de aberrações (pela total ausência de humanidade).

Linguisticamente falando, a comunicação é composta por um sistema de signos que nos interpretam para os demais através do que dizemos, e da forma como dizemos: implícita ou explicitamente.

Mas não é necessário ser comunicólogo para conhecer esse diplomata que chocou entidades de repúdio à discriminação racial em nosso pais e no mundo: basta ler suas esdrúxulas declarações sobre povo haitiano.
Disse ele:
“ A desgraça de lá ta sendo uma boa pra gente aqui ficar conhecido(...)”
Enquanto milhares de haitianos literalmente gritam para o resto do mundo por atenção e socorro, o cônsul vê na desgraça desse povo uma oportunidade de voltar os holofotes para si.Atitude extremamente presumível, pois ninguém jamais ouviu falar sobre os feitos do cônsul quanto ao Haiti e olha que o bisavô dele Philippe Guerrier foi presidente daquele país.
E disse mais:
“ Aquele povo africano acho que de tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo”
Espanta-me concederem o titulo de cônsul, de diplomata, a uma pessoa que não tem o mínimo respeito à cultura de seu país de origem e ainda se mostra um completo ignorante quanto as manifestações étnico-religiosas do povo africano. Como ele próprio disse: “Eu não sei o que é aquilo”! Sim George, nós percebemos que o senhor não faz a mínima idéia!

Contudo, a mais abissal das frases do cônsul no quesito estupidez, foi a seguinte:
“O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano, ta fu*%$# !”
Pra começar que a maldição que o cônsul vê no povo africano é um pensamento extremamente xenofobico, próprio de episódios reprováveis da nossa historia como a escravidão negra em nosso país, o apartheid nos e.u.a, e etc, incompatível com os ideais igualitários que o posto dele exige.
E quanto ao trecho: “todo lugar que tem africano, ta fu*%$#", eu tenho uma declaração bombástica ao cônsul: Todo lugar tem africanos mesmo, sr George! No futebol, na musica e ate na Casa Branca!
A única diferença é que nem todos estão f*&¨%$ , nem os haitianos, sabe por quê?
Por que os prédios e casas derrubados pelo terremoto podem ser reconstruídos com tempo, mas a sua credibilidade, não.

E viva Zilda Arns!