terça-feira, 19 de outubro de 2010

...: O que é que a caveira tem? :...


Seja pelo humor azedo de umas ou pela figura mística de outras, posso dizer que caveiras sempre me foram um objeto de interesse súbito e magnético. Essa identificação (?) começou cedo e por incrível que pareça, acompanha minha evolução pessoal.
Ainda na alfabetização, quando a dificuldade de ler me limitava ao mundo óbvio, eu ficava hipnotizada frente às aventuras de She-Ra e He-Man. O foco de torcer pelos mocinhos das duas tramas, concorria com a atenção que dava aos ululantes movimentos mandibulares dos personagens Esqueleto e Hordak. Muitas perguntas rondavam minha mente, em especial como criaturas então "mortas" estavam ali: lutando, desmembrando-se e remontando-se a cada episódio?



Hordak e o "amigo" Esqueleto:uma quedinha pelo He-Man?Ui*

Ortopedia e imortalidade só podiam rimar como Camões nos reinos de Ethéria e Eternia.
Depois, quando já compreendia as palavras, me ofereceram uma tal “Turma da Mônica” e foi então que me tornei polidáctila: cada revistinha daquelas passava tanto tempo comigo que eram meu sexto dedo em cada uma das mãos! E por quê? Por que lá estava uma nova caveira para deixar-me embasbacada: Cranicola, a primeira da espécie a ser terrivelmente carismatica!

Cranicola: Uma caveira camarada!

Na adolescência, vivi uma verdadeira overdose deste símbolo atípico: elas estavam ilustrando os cds das bandas que eu ouvia, nos acessórios que usava e até nos lugares que freqüentava. Além disso, o gosto pelo goticismo me aproximou com grande curiosidade do coletivo fúnebre das caveiras: os cemitérios.
Ainda nessa época, um mergulho no oceano de personagens da Marvel Comics, trouxe outras caveiras para povoar minha imaginação.Vieram o Motoqueiro Fantasma, Caveira Vermelha e o Justiceiro, somando-se à uma coleção que por esse tempo eu tinha como completa...

Motoqueiro Fantasma confirma :" - Trabalho de Cabeça -Quente mesmo!"


...Enganei-me osso por osso!
O cinema já tinha tragado para si um mestre na confecção de caveirinhas divertidamente assustadoras e o grande responsável por isso foi Tim Burton que popularizou as formas esqueletóides com a virulência de uma gripe C* que me deixou acamada.

Pena que a nova Alice não curtia caveiras também =/

Recentemente conheci um personagem chamado Many Calavera, cujo desenho é inspirado no Dia de Los Muertos, festa mexicana que homenageia os mortos: nem preciso dizer que foi paixão a primeira vista...


É Calavera mesmo! Eu não escrevi errado =)

Ainda hoje, quando encontram algo meu com uma caveira estampada, me perguntam sobre o por quê deste gosto particular, e a única resposta que me vem é:
“ – O gosto pela ousadia”
No vidro de veneno, no lugar proibido, no rock contestador, no teatral questionamento do “Ser ou não Ser” e até na morte: ousadia e caveiras são um elo inseparável, e mesmo quem não simpatiza com este símbolo há de reconhecer que sobre o cérebro existe um elmo calcificado: há uma caveira dentro de você.

Saudades de escrever por aqui*


=)