quarta-feira, 11 de novembro de 2009

...: O Vestido da Intolerância :...




Jessica Rabbit, Mônica e Geisy Arruda.
O que as três têm em comum?Um vestido vermelho e uma história para contar.

Jéssica Rabbit é a ruiva fatal que enlouquece humanos e animações no filme “Uma Cilada para Roger Rabitt”, já Mônica tornou-se uma das mais famosas personagens do cartunista brasileiro Maurício de Souza e Geizy Arruda trata-se da universitária que chegou a ser expulsa (e recentemente readimitida) de sua faculdade, em virtude do vestido vermelho que usou para assistir às aulas.

O fim dessa última história poderia vir agora mesmo caso as tramas do vestido de Geisy não escondessem (ou revelassem) bem mais que algumas partes de seu próprio corpo. O que se viu nos vídeos gravados por câmeras de celular dentro da Uniban enquanto Geisy atravessa os corredores da instituição foi ainda maior do que uma confusão pura e simples.

A cena sinceramente me remeteu a um comportamento primitivo, típico entre os homens de Neandertal, grunindo famintos frente a uma presa, sem a capacidade de controlar seus instintos animalescos diante daquilo que lhe desperta atenção ou curiosidade.

Comparar as reações dos homens de Neandertal à atitude dos alunos que intimidaram com câmeras e xingamentos a jovem paulista, é perceber que nossa sociedade “evolui” como um paquiderme bêbado: desprovida de sentido e esbarrando na sua própria natureza.

Creio que se o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) fosse um cálculo para medir o quanto pudemos avançar na convivência com o outro, iríamos comprovar que estamos entrando em estado de inércia.

A intolerância que se vive hoje, não se esconde mais no gueto, não está em uma tribo ou facção que sai às escuras para matar minorias, está em uma realidade tão iluminada e próxima, que muita gente fecha os olhos sob a desculpa de foto sensibilidade.

As ruas, as escolas e agora as faculdades estão virando verdadeiros abatedouros da integridade humana e do respeito pelas diferenças. Se alguém é feio, é prontamente hostilizado e vítima de bullying, se muito bonito, logo recebe adjetivos depreciativos para enlamear sua vaidade, quando evangélico é criticado por sua fé, se inteligente, rechaçado em função de seu saber, etc...
Enfim, onde vamos parar?

Vamos então reeditar as idéias de Hitler, vamos abolir a diversidade, vamos viver em um mundo onde o que tem vez é o pensamento da potência vigente, esteja ela em uma pessoa, em um povo ou em uma religião?

Caso não nos conscientizemos que a questão da intolerância é latente a inúmeros setores da sociedade, vamos acabar incorporando um Corredor Polonês onde seremos cúmplices de um covarde assassinato:o assassinato da liberdade.

p.s: Apesar da explícita violência cometida pelos alunos e da injustificável incoerência com que a UNIBAN agiu contra essa universitária, minha visão sobre a personalidade de Geisy Arruda ainda oscila muito, muito....

Seria ela a completa vítima e ocasional algoz de seu próprio drama?
Ou seria apenas mais uma auto candidata à escandalo, em busca de fama fácil e convites para posar em revistas masculinas?

-Tudo bem Michelle... vamos desligar as análises por hora...




2 comentários:

  1. Bom se a intolerancia tivesse cor porque ai seria bem mais facil identifica-la... há outras formas de intolerancia bem presente nas relacoes cotidianas que por serem micro nao ganham tanta notoriedade como o caso da Geysi

    ... E fosse que nem roupa poderia "tira-la" em vez de usa-la "mais curta" para que se respeitasse as liberdades diferenciando-as das oportunitas libertinagens!


    Otimo texto Michele, parabens!

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  2. Eu nao sei se teria a msm reação da geisy de voltar pra essa universidade.
    Sabe pq?? pq o deboche e as piadinhas continuarão, mas a tv não vai mostrar.
    é ridículo!
    --
    Chuchu, assim que der msm a gente marca a nossa saída.
    Quando chega no fds é tanto cliente pra visitar, projeto pra fazer ,orçamento pra concluir que fico ate triste ehehehehehehehe

    Bjos florrrzita

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