quarta-feira, 25 de abril de 2012

...: Sobre a Coragem que inspira e o Terror que mata :...



Eu já comentei em um outro post deste blog sobre a liberdade de expressão e até a defini à minha maneira :"É uma "mulher de bandido" da comunicação, daquela que apanha feio, ganha mordaça e punições dignas de estado de sítio, mas nunca toma jeito".

E por não domar esta fera que habita alguns de nós, em especial os jornalistas, é que pagamos um preço alto:pagamos com a própria vida.
Com Décio Sá, jornalista do Sistema Mirante de Comunicação, essa triste realidade se repetiu, assinalada por um desfecho sangrento.

 Décio também não desejava adestrar a sua liberdade de expressão, permitindo por diversas vezes que esta perseguida virtude lhe tomasse  e viesse a tona em forma de denúncias impactantes através de seu blog.

Nunca tive contato direto com ele, nem mesmo era partidária de sua postura político-ideológica, mas estou APAVORADA por me deparar com este cenário de violência explícita que ameaça o exercício da prática jornalistica nesta cidade.

Como se já não bastassem as angulagens tendenciosas e as interpretações deturpadas para se preocupar, o jornalista maranhense precisa agora acautelar-se de sua segurança coma mesma rigidez de um foragido de Justiça, caso contrário, sua vida será ceifada sem piedade a qualquer momento.
A pergunta é repetida à medida em que a realidade nos parece angustiante:

 - Afinal, ONDE VAMOS PARAR?

Diferente do que muitas pessoas acreditam o trabalho do jornalista não é a descrição de um " fato" tal qual um narrador onisciente, mas sim a construção da realidade a partir de instrumentos  que lhe são apresentados ao longo da vida acadêmica ou de seu empirismo na área.

Contudo, ainda assim, por instrumentalizar a informação das mais diversas formas, nós jornalistas seremos punidos na dantesca premissa do"olho por olho, dente por dente"?

O assassinato de Décio Sá é tremendamente pesaroso para a classe jornalistica, mas se traduz em um momento para refletir sobre a coragem que inspira e sobre o terror que mata.

Meus sentimentos à família e aos demais amigos do jornalista.


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