sexta-feira, 25 de setembro de 2009

...: Silogismo da Moda Democrática :...



Foi realizado essa semana na capital, o maior evento de moda de todo o Maranhão, o São Luís Fashion 2009.
Idealizado e produzido pela consultora de moda, Rafaella Albuquerque e produtor Edilson Ferreira, o evento teve como principal proposta mostrar as tendências e os lançamentos das marcas nacionais e internacionais para a Primavera/Verão 2010.

Até aí, nenhum problema, pelo contrário, sou uma pessoa que admira o universo da moda através do tempo: desde sua influencia criativa na expressão humana, nos movimentos musicais que marcaram época e até na postura ativista das coleções de alguns estilistas.

A questão que me preocupa foi ter visto algumas pessoas vendendo esse evento como
“um marco para a democratização da moda em São Luís”, assim, sem nem pensar no conceito que implica o termo democracia.

Como um evento de moda e estilo como o São Luis Fashion 2009 pode ser categorizado como “ democrático” se ele sequer coloca a venda ingressos para que pessoas de todas as idades,raças ou níveis sociais possam fruir da moda de forma igualitária?

Para quem não sabe, os três dias de apresentação das coleções foram abertos somente para convidados (proprietários e clientes das lojas que apresentaram seus produtos, patrocinadores, etc) e alguns segmentos da imprensa local.

O São Paulo Fashion Week, maior referência desse segmento aqui no Brasil tem uma cota para o acesso do público em geral à algumas seções do evento.Lembro que era possível ate comprar os ingressos pelo site TicketMaster, na internet ou adquiri-los antecipadamente.

Eu então pergunto: Por que o São Luís Fashion não segue o exemplo? Claro que em menor proporção, em virtude dos parcos investimentos nesse setor local, o qual ainda encontra-se a disposição de uma minoria elitista.

Daí pode vir alguém dizer que não há como disponibilizar ingressos para o público por que espaço precisa ser maior e não há patrocínio suficiente. Não mesmo? Então vamos a um lembrete breve: o Governo do Estado do Maranhão patrocinou o São Luis Fashion 2009, preciso dizer mais?

Impedir que um evento dessa natureza se realize seria burrice, por que toda essa estrutura gera renda: contrata modelos locais, evidencia o trabalho dos estilistas da terra e contribui para que órgãos como o Senai e a Fiema possam exibir o nosso potencial para a moda além fronteira.

O ponto deste texto é: se essa proposta recolhe-se a um evento fechado, sem participação pública apesar do Governo do Estado patrociná-lo, então vamos tirar agora o rótulo democrático dessa historia.

Basta pensar na forma que se concebe a moda no nosso século, que a proposta desse evento vai abaixo: o estilo, a diversidade cultural e a expressão da singularidade em vestir e criar faz um caminho inverso hoje.

Não é o estilista que joga as tendências nas passarelas e depois elas se multiplicam nas ruas e vitrines, é o contrario! As pessoas de todas as partes do mundo, independente de sua raça ou posição social se vestem e comunicam idéias e sentimentos através de suas roupas e isso vira material de estudo para o estilista criar suas coleções.

Portanto, está mais do que claro que se o São Luís Fashion não valoriza quem também faz a moda, ou seja, nós,meros mortais que contribuímos com nossas identidades para a concepção de grandes designers, então seus realizadores estão completamente “out” do que significa fazer moda em um sentido global.

Só para não esquecer:

Moda é democracia
Democracia não existe no São Luís Fashion
Logo, o São Luís Fashion, não é moda.

Um comentário:

  1. Concordo.
    Por essas e muitas outras, que acho que São Luís vai demorar muito para evoluir...
    rsrsrsrsrsrs
    é triste...
    e a srta? foste ao evento?
    bjocas linda
    **voltei com tudo. Tava sem net e por isso estava sumida. ^^

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